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Livro da Lei e umas algemas a simbolizar a lei da droga

Nova Lei da Droga: O que Muda

Sumário
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    A nova lei da droga em Portugal entrou em vigor, trazendo mudanças importantes tanto para consumidores quanto para aqueles envolvidos no tráfico. Esta atualização legal clarifica a distinção entre consumo e tráfico, descriminalizando algumas drogas sintéticas, mas mantendo regras rígidas sobre quantidades permitidas e penas associadas ao tráfico. Vamos explorar em detalhe o que isto significa na prática, e como esta nova legislação.

    O que diz a lei sobre o consumo de droga?

    Em Portugal, o consumo de droga para uso pessoal não é considerado crime, desde que se respeitem os limites legais estabelecidos. O país segue um modelo de descriminalização que visa tratar o consumo de drogas como uma questão de saúde pública, em vez de uma questão penal. A nova lei mantém esta abordagem, com algumas atualizações importantes:

    • Descriminalização do consumo: O uso pessoal de drogas em quantidades limitadas, definidas pela lei, não é tratado como um crime. Isto significa que o consumidor não será sujeito a penas de prisão, mas poderá enfrentar medidas administrativas, como multas ou encaminhamentos para programas de reabilitação.

    • Infração administrativa: Se a pessoa for apanhada com drogas dentro das quantidades estipuladas para consumo pessoal, o caso será tratado como uma infração administrativa. Neste caso, o indivíduo pode ser convocado a comparecer perante a Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência, que avalia a situação e pode recomendar medidas corretivas.

    • Limites para consumo pessoal: Cada tipo de droga tem uma quantidade máxima definida para ser considerada para uso pessoal. Exceder esses limites poderá ser entendido como tráfico. Os valores comuns incluem:

      • Haxixe: até 5 gramas
      • Cocaína: até 1 grama
      • Heroína: até 1 grama
      • LSD: até 0,1 gramas
      • Drogas sintéticas: os limites variam conforme a substância
     
    • Impacto da nova lei: A nova legislação reforça o regime descriminalizador, mas com maior atenção às substâncias sintéticas e aos comportamentos associados ao tráfico. Algumas drogas sintéticas foram descriminalizadas, desde que dentro dos limites estabelecidos para consumo pessoal.

    • Sanções e penalidades: Mesmo que o consumo não seja considerado crime, há consequências. Dependendo da situação e reincidência, as sanções podem incluir:

      • Multas
      • Encaminhamento para tratamento ou aconselhamento
      • Restrições de direitos, como a proibição de frequentar determinados locais
     
    • Medidas de prevenção: A Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência pode recomendar programas de reabilitação e medidas de prevenção, com o objetivo de ajudar o consumidor a evitar a dependência e promover a recuperação.

    • Importância do respeito aos limites: É crucial que os consumidores estejam informados sobre as quantidades permitidas para evitar complicações legais que podem transformar uma infração administrativa numa acusação de tráfico.

    Em resumo, a lei portuguesa tem uma abordagem tolerante ao consumo de drogas, mas impõe limites rigorosos para distinguir entre consumo e tráfico, assegurando que o foco seja a saúde pública e não a penalização criminal.

    Pontos principais:

    • O consumo pessoal não é crime, mas sim uma infração administrativa.
    • Quantidades específicas para cada droga definem o que é consumo pessoal.
    • Sanções incluem multas e programas de reabilitação.
    • Exceder os limites permitidos pode resultar em acusações de tráfico

    Qual a pena por tráfico de droga em Portugal?

    Em Portugal, o tráfico de droga é considerado um crime grave, e a pena varia consoante diversos fatores, tais como a quantidade de droga envolvida, o contexto em que o crime é cometido, e se há reincidência. A nova legislação estabelece as seguintes diretrizes:

    • Pena base: A pena de prisão pode variar entre 4 a 12 anos, dependendo da gravidade do crime.

    • Fatores agravantes: Se o tráfico envolver grandes quantidades de droga ou ocorrer em locais sensíveis (como perto de escolas), as penas tendem a ser mais severas.

    • Reincidência: Para quem já tenha sido condenado anteriormente por tráfico de droga, as penas podem ser agravadas, geralmente atingindo o limite máximo de 12 anos.

    • Tráfico de menores quantidades: Para casos em que o tráfico envolva pequenas quantidades de droga, a pena poderá ser ajustada para valores mais baixos, mas continua a ser uma infração criminal.

    • Criminalidade organizada: Se o tráfico estiver associado a redes de crime organizado ou tiver impacto internacional, as penas podem ser agravadas.

    • Atenuação especial: Em casos em que o arguido colabore com as autoridades, como fornecendo informações relevantes para desmantelar redes de tráfico, pode haver uma redução da pena.

    Assim, o regime legal atual considera o tráfico de droga com elevada severidade, mas também faz distinções importantes consoante as circunstâncias do crime e a conduta do acusado.

    trafico de droga

    O que são substâncias depressoras?

    Substâncias depressoras são aquelas que atuam diretamente no sistema nervoso central, reduzindo sua atividade. Este grupo de substâncias é amplamente utilizado tanto em contextos médicos quanto recreativos, devido aos seus efeitos calmantes. Elas desaceleram as funções cerebrais e corporais, resultando numa sensação de relaxamento, redução da ansiedade e, em alguns casos, sedação ou sono.

    Exemplos de substâncias depressoras:

    • Álcool: Um dos depressivos mais comuns. Em pequenas doses pode causar euforia, mas em doses mais altas pode comprometer a coordenação motora, reduzir os reflexos e causar perda de consciência.
    • Opiáceos: Incluem substâncias como a morfina, codeína e heroína, usados tanto para controle da dor quanto recreativamente. Embora eficazes no tratamento de dores agudas, o seu uso prolongado pode causar dependência.
    • Benzodiazepinas: Medicamentos como o diazepam (Valium) e o lorazepam (Ativan) são usados no tratamento da ansiedade, insônia e convulsões. Seu abuso pode levar à sedação extrema e dependência.
    • Barbitúricos: Anteriormente usados como sedativos e anestésicos, agora são menos comuns devido ao alto risco de overdose.
    • Sedativos e tranquilizantes: Estes medicamentos são prescritos para tratar a ansiedade e distúrbios do sono, mas o uso prolongado pode levar à tolerância, dependência e abstinência severa.

     

    Efeitos principais das substâncias depressoras:

    • Relaxamento muscular
    • Diminuição da ansiedade
    • Indução do sono
    • Redução da pressão arterial
    • Diminuição da taxa de respiração e da frequência cardíaca

    Consequências do uso abusivo:

    • Dependência física e psicológica: O uso repetido pode levar à necessidade crescente de doses maiores para alcançar os mesmos efeitos, gerando dependência.
    • Overdose: Doses excessivas podem suprimir funções vitais, como a respiração, levando à morte.
    • Comprometimento cognitivo e motor: O uso prolongado pode afetar a memória, julgamento e coordenação, além de aumentar o risco de acidentes.
    • Síndrome de abstinência: A cessação do uso de depressoras pode causar sintomas graves como tremores, convulsões e, em casos extremos, pode ser fatal.

    A nova lei e as substâncias depressoras:

    • A nova legislação também abrange o controlo destas substâncias, incluindo um acompanhamento mais rigoroso no que toca à sua prescrição, distribuição e uso recreativo.
    • Enquadramento no regime de combate ao tráfico: Tal como outras substâncias controladas, o comércio ilegal de depressoras continua a ser severamente punido, com penas aplicáveis ao tráfico e à posse de quantidades superiores às permitidas para consumo pessoal.

    Pontos principais da nova lei sobre substâncias depressoras:

    • Limitação de quantidades para uso pessoal
    • Reforço nas penalizações por tráfico
    • Aumento na fiscalização da distribuição e venda

    Quantas gramas de droga é considerado tráfico?

    A nova lei da droga em Portugal mantém uma distinção clara entre consumo pessoal e tráfico, uma diferença fundamental para o tratamento jurídico de cada caso. Esta distinção baseia-se principalmente na quantidade de droga detida ou transportada pelo indivíduo, e a nova legislação define com precisão as quantidades que separam o consumo do tráfico:

    • O consumo pessoal é tipicamente enquadrado em até 10 doses diárias da substância, sendo a quantidade de cada dose definida em função do tipo de droga.

    • A quantidade máxima permitida para ser considerada consumo pessoal varia consoante a substância, conforme definido pela lei. Exemplos incluem:

      • Haxixe: até 5 gramas para consumo pessoal.
      • Cocaína: até 2 gramas.
      • Heroína: até 1 grama.
     
    • Se o indivíduo tiver uma quantidade superior ao limite estabelecido para consumo pessoal, isso poderá ser considerado tráfico, com penas muito mais graves.

    • Circunstâncias agravantes como reincidência, envolvimento em redes de tráfico ou quantidades particularmente elevadas podem aumentar significativamente as penas associadas ao tráfico.

    • A lei foi recentemente ajustada para incluir a descriminalização de algumas drogas sintéticas, o que também afeta as quantidades permitidas para consumo pessoal.

    • É importante compreender que o simples facto de transportar uma quantidade superior ao limite pode levar à acusação de tráfico, independentemente da intenção de consumo ou venda.

    Em resumo, para se considerar tráfico:

    • A quantidade deve exceder os limites legais para consumo pessoal.
    • A definição específica varia de acordo com a substância.
    • Intenção de venda ou distribuição não precisa ser provada se as quantidades excederem o permitido.

    O Papel do Advogado

    Um advogado criminal com vasta experiência em casos de tráfico de droga pode fornecer o suporte jurídico essencial, orientando-o em cada etapa do processo. Desde a análise das provas recolhidas pelas autoridades até à defesa em tribunal, o papel deste profissional é garantir que a sua defesa seja sólida e que todos os seus direitos sejam salvaguardados.

    A assistência de um advogado especializado em tráfico de droga é fundamental para que o processo decorra de acordo com os parâmetros legais, evitando erros que possam comprometer o desfecho do caso. Este especialista compreende as complexidades e nuances do crime de tráfico, adaptando a melhor estratégia para defender os seus interesses, seja o caso relacionado com posse de grandes quantidades, suspeitas de distribuição ou envolvimento em redes de tráfico.

    Se está a enfrentar uma acusação de tráfico de droga ou precisa de uma consulta para analisar a sua situação, contacte a QUOR Advogados. Terá o apoio jurídico necessário para proteger os seus direitos e garantir uma defesa eficaz.

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    FAQ - Perguntas Frequentes

    Em Portugal, a quantidade de droga que é considerada para consumo pessoal é baseada em doses diárias, geralmente até 10 doses. Cada droga tem um peso específico que define o que constitui uma dose:

    • Haxixe: até 5 gramas.
    • Cocaína: até 2 gramas.
    • Heroína: até 1 grama.
    • Drogas sintéticas: as quantidades variam conforme o tipo de substância.

    Esses limites foram definidos para separar o consumo pessoal de crimes relacionados ao tráfico.

    Não, o consumo de drogas em quantidades permitidas pela lei, ou seja, dentro dos limites estabelecidos para consumo pessoal, não é considerado crime. Em vez disso, é tratado como uma infração administrativa. No entanto, quem for apanhado em posse de drogas dentro desses limites pode ser encaminhado para comissões de dissuasão, onde poderão ser impostas sanções administrativas, como multas ou a obrigação de comparecer em programas de reabilitação.

    O tráfico de droga é considerado quando a pessoa é encontrada na posse de uma quantidade de droga que excede os limites para consumo pessoal ou em circunstâncias que sugerem intenção de venda ou distribuição, como transportar a droga em múltiplas embalagens ou possuir quantias elevadas de dinheiro em conjunto com a substância. Também é possível que alguém seja acusado de tráfico mesmo sem a intenção explícita de comercialização, dependendo da quantidade encontrada e das circunstâncias envolventes.

    A lei permite até 5 gramas de haxixe para ser considerado consumo pessoal. Qualquer quantidade superior a este limite pode ser enquadrada como tráfico, dependendo das circunstâncias. É importante notar que estar na posse de haxixe dentro deste limite não resulta em crime, mas pode levar a sanções administrativas.

    A nova lei da droga em Portugal trouxe mudanças significativas, incluindo a descriminalização de algumas drogas sintéticas e a redefinição dos limites para consumo pessoal. Entre as principais alterações está o enquadramento mais claro sobre quais quantidades são consideradas para consumo pessoal e a distinção mais precisa entre consumo e tráfico, especialmente no que toca às novas substâncias que têm surgido nos mercados.

    Se for apanhado com mais droga do que os limites permitidos para consumo pessoal, pode ser acusado de tráfico de droga, o que é um crime grave em Portugal. As penas para tráfico podem variar, mas podem incluir penas de prisão até 12 anos, dependendo da quantidade de droga e das circunstâncias específicas do caso. Fatores agravantes, como reincidência ou envolvimento em redes de tráfico, podem aumentar consideravelmente a pena.

    A melhor maneira de garantir que está dentro dos limites permitidos por lei para consumo pessoal é consultar a legislação atualizada ou procurar aconselhamento jurídico. Advogados com experiência em direito penal, como os da QUOR Advogados, podem ajudá-lo a compreender os detalhes da lei e a garantir que está a agir em conformidade com as normas legais.